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Arquitetos: Pedro Geraldes
- Área: 140 m²
- Ano: 2018
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Fotografias:Alexandre Delmar
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Fabricantes: Azulima, Bega, Fichet, O/M Light - Osvaldo Matos, Sapa Building System International NV, Tarkett
Descrição enviada pela equipe de projeto. O objetivo deste projeto consistia na conceção de uma instalação industrial da EDP, uma empresa global de energia, para funcionar como um espaço de observação e controlo de uma barragem, em caso de emergência. Localizada em Ermida, no centro de Portugal, esta área é caracterizada por um bonito curso de água rodeado por uma densa área florestal.
A implantação do edifício teria de ser efetuada numa localização elevada, garantindo a sua proteção de eventuais cheias e uma boa visibilidade para a barragem. Isto tornou necessário intervir, de forma franca, na paisagem, para a criação de uma plataforma que permitisse a implantação do edifício e o acesso de veículos até à sua entrada.
Desenhar um edifício industrial numa área florestal, com construções tradicionais pontuais, permitiu pensar na forma como uma construção contemporânea poderia encaixar nesta paisagem. Como evitar que este edifício se tornasse apenas mais uma ‘caixa’ contemporânea? Poderia um edifício industrial contemporâneo mimetizar as construções tradicionais com telhados inclinados, visíveis na envolvente?
As barragens e edifícios associados são, em Portugal, tradicionalmente construídas em betão (concreto). Ermida, o nome do local, significa pequena igreja ou capela. Com isto em mente surgiu a ideia de desenhar um edifício com uma cobertura de duas águas, em betão.
Um projeto industrial contemporâneo, que conseguiria reinterpretar os tradicionais telhados em telha, mas também identificar-se com o nome da localidade. O betão surgiu assim como um elemento continuo – pele e esqueleto – com funções de parede e telhado, como acabamento e material impermeável.
Entre o betão, revestindo as fachadas localizadas nos topos, surgiram outros materiais, como o alumínio e o vidro:
- a fachada frontal totalmente opaca, em alumínio, à exceção de duas portas em vidro, que anunciam a entrada principal;
- a fachada posterior, orientada para a barragem, totalmente em vidro, à exceção de uma parcela onde foi necessário garantir grelhas para ventilação.
Esta materialidade, associada ao recuo dos planos, permitiu enfatizar o contorno em betão. Um edifício industrial contemporâneo que ambicionou reinterpretar as construções tradicionais, honrar o nome do local e respeitar a materialidade da história da arquitetura da EDP.